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Por Miguel Ángel Llana
A industrialização e o desperdício de energia deslocaram o modelo tradicional de cultivo e criação, fazendo com que fosse abandonado junto com o modelo social e cultural em que se desenvolveu, mas não se trata de saudade do passado. A questão é que o modelo tradicional foi atirado ao mar e este novo modelo agrícola e pecuário, que vem acompanhado de outros problemas, não é sustentável nem rentável energeticamente.
Agricultura depende de petróleo e gás
A agricultura e a pecuária dependem cada vez mais de recursos externos de energia - petróleo e gás natural - para cultivo, fertilizantes, pesticidas, irrigação, manufatura e transporte, além disso, plantações intensivas e extensivas aumentam o consumo e a dependência energética. A produção afasta-se dos consumidores tornando necessário transportar milhares de quilômetros, o que reduz a eficiência energética: para produzir e trazer uma caloria para a mesa, gasta-se mais energia em seu processo do que nos fornece, por isso -entre outras- a agrícola modelo é insustentável. Se a tudo isso somarmos que nutrientes, água e outros recursos estão sobreexplorados e que até o modelo agrícola -como grande consumidor de energia- contribui para as mudanças climáticas, o futuro é ainda menos róseo.
A industrialização e o desperdício de energia deslocaram o modelo tradicional de cultivo e criação, fazendo com que fosse abandonado junto com o modelo social e cultural em que se desenvolveu, mas não se trata de saudade do passado. A questão é que o modelo tradicional foi lançado ao mar e este novo modelo agrícola e pecuário, que vem acompanhado de outros problemas, não é sustentável nem rentável energeticamente; nem resolve ou garante a qualidade ou o abastecimento alimentar que depende de outros fatores e decisões políticas tomadas a distâncias maiores até do que os alimentos que consumimos nas colheitas colhidas a milhares de quilômetros de distância. Colocando de forma mais direta, nossa agricultura e pecuária dependem inteiramente de petróleo e gás, o esgotamento (ou escassez) dessas energias levará ao colapso da agricultura e da pecuária de que nos alimentamos.
Os agrocombustíveis agravam a situação e os transgênicos consomem ainda mais recursos, além de outros problemas.
O Governo regional das Astúrias (serve de exemplo do que acontece noutras comunidades), alheio ao anterior, depreciativamente coloca na bolsa do Ministério do Ambiente e Desenvolvimento Rural toda a Agricultura, Pecuária e Pesca que a 300 km da costa, enquanto na mesma sacola que os produtos, vão os trabalhadores de campo e seu futuro. Nesse modelo político e anti-social só contam as obras faraônicas com investimentos milionários, mas não o dia a dia e o que pode dar trabalho, produtos futuros e tangíveis para benefício local, regional e geral, agora é hora de comer e se alimentar de cimento, tijolos e os negócios rápidos, que é o que este governo semeia há muito e renuncia ao passado agrícola - as suas raízes - e a um futuro equilibrado, saudável e sustentável, embora depois de tantos disparates, mais um não dê alarme.
O que deveria ser uma gestão agropecuária sã está à deriva, sem presente nem futuro, como se pudéssemos sobreviver solidários puxando cada um de lado e deixando o planejamento para os felizes acontecimentos isolados ou, o que é mais provável, para a pilhagem e saques, oportunismo. O trabalho de coordenação e apoio do governo, que existe para isso e é pago, prima pela ausência e pelo abandono.
Nos três setores mencionados, agricultura, pecuária e pesca, pesquisa, promoção, desenvolvimento, orientação, apoio, subsídios, etc. e os laboratórios, fazendas, incubatórios correspondentes, etc. devem trabalhar de graça e automaticamente sem mais, a julgar pelo pouco planejamento que o governo lhes dedica e camuflando-os em um conselho que nem mesmo os representa. Para verificar o abandono desses setores, basta aproximar-se de qualquer comércio e ver que boa parte dos produtos agrícolas tradicionais vêm de lugares a milhares de quilômetros de distância, sem serem precisamente espécies exóticas, mas tão familiares e corriqueiras como a batata, a maçã ( mesmo os de cidra), nozes, milho, leguminosas (inclusive os de fabada), etc. ou veja quantas cidades e fazendas que estavam vivas algumas décadas atrás foram deixadas desabitadas.
Mas, nada acidental, a concentração escolar imposta por fazer desaparecer aquela referência cultural, o fechamento de mercados nas cidades (substituídos por superfícies comerciais) que favoreciam as vendas diretas e outras dificuldades que não se resolveram na época fizeram o resto. Orçamentos e dinheiro abundaram para o imediato, o especulativo e o supérfluo, mas as áreas agrícolas e seus arredores foram relegados de uma só vez.
Resta agora pagar a conta das mudanças climáticas e da deterioração ecológica provocada para retornar, necessariamente, a um modelo econômico que respeite os limitados recursos da natureza e para recuperar um modelo agrário social e econômico sustentável; ora para o bem, com um planejamento estudado ou, em não muito tempo, para o mal, mas com uma crise alimentar gravíssima assim que o petróleo e o gás escassearem. A questão é: nossos políticos estão preparados para o trabalho? De forma alguma, nem o modelo de democracia é imposto.
What eventually it is necessary to it?
É simplesmente uma ideia magnífica
a frase excelente
Agora está tudo esclarecido, agradeço a informação.
Certamente. Assim acontece. Vamos discutir esta pergunta. Aqui ou em PM.
It agree, very much the helpful information