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A decisão, que força o governo holandês a cortar suas emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 25% até 2020, pode abrir um precedente para que ativistas ambientais em outras partes do mundo recorram a estratégias semelhantes.
A ação foi movida pela ONG Urgenda, que representa um grupo de cerca de 900 holandeses.
O argumento de Urgenda é baseado na obrigação legal do governo de proteger seus cidadãos dos perigos que o aquecimento global acarreta.
"Isso muda completamente o debate", disse Jasper Teulings, do Greenpeace, que descreveu o caso como "icônico".
“Outros casos já estão sendo abertos na Bélgica, nas Filipinas ... É o início de uma onda de litígios climáticos”, acrescentou Teulings.
Decisão vinculativa
Na opinião de Anna Holligan, correspondente da BBC em Haia, o julgamento força o governo holandês a honrar seu compromisso de reduzir as emissões.
Para os ativistas, o anúncio foi um momento emocionante.
Em termos práticos, explica Holligan, “o governo já havia concordado em fechar as usinas a carvão, aumentar o uso de turbinas eólicas e de energia solar e reduzir drasticamente a extração de gás no norte do país”.
“Mas este caso pressiona o governo a acelerar o processo para atingir seus objetivos e usar sua energia de forma mais eficiente nos próximos cinco anos”.
A decisão é juridicamente vinculativa.
Obrigação de proteger seus cidadãos
O tribunal baseou sua decisão principalmente na citação do trabalho do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e outras organizações científicas.
De acordo com o tribunal, se a Holanda continuar com sua política atual, as emissões só poderão ser reduzidas em 17% até 2020, uma porcentagem menor do que outras nações.
Após a vitória, as comemorações da Urgenda.
"As partes concordaram que a gravidade e a magnitude das mudanças climáticas tornam necessário tomar medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa", disse o tribunal.
A decisão também foi apoiada em parte pelas leis de direitos humanos. De acordo com o veredicto, "as leis de direitos humanos e as leis ambientais se apóiam mutuamente".
O argumento de Urgenda baseava-se na obrigação do governo de cuidar de seus cidadãos e melhorar a situação do meio ambiente.
A menos que medidas urgentes sejam tomadas, eventos climáticos extremos, derretimento das calotas polares e escassez de água e alimentos podem ocorrer na próxima metade deste século, diz a ONG.
Planícies
A Holanda é particularmente vulnerável devido às suas características geográficas e deve reduzir suas emissões em um quarto em relação aos níveis de 1990.
Isso exigirá ação firme, explica Helen Briggs, correspondente da BBC para o meio ambiente.
Gás e carvão fornecem grande parte das necessidades de energia da Holanda, que fica para trás no uso de energia renovável em comparação com seus vizinhos, Dinamarca e Holanda, diz Briggs.
Embora o governo possa apelar para um tribunal superior, a estrutura do sistema de justiça é tal, diz Marjan Minnesma, diretor da ONG Urgenda, que "agora que eles disseram 'sim', é muito difícil na próxima fase dizer ' não '".
Ainda não está claro como a decisão será implementada.
BBC World