
We are searching data for your request:
Upon completion, a link will appear to access the found materials.
Por Giorgio Trucchi
Francesco Valente y Giovanni Pandolfini son productores campesinos de la finca agrícola recuperada Mondeggi, 200 hectáreas de viñedos, pastos, olivares, bosques, edificios rurales y hasta una villa renacentista, situada entre los municipios de Bagno a Ripoli y Florencia, en el centro-oeste da Itália.
A fazenda é propriedade da província de Florença e foi abandonada em 2009. Diante da iminente alienação e privatização da valiosa propriedade, um grande grupo de cidadãos decidiu formar o movimento “Mondeggi Bien Común” e recuperou a fazenda, restaurando a dignidade que este patrimônio agrícola merece.
A adesão a Genuino Clandestino foi uma decisão quase automática, o que levou o movimento a aprofundar os seus saberes e práticas contra a apropriação e urbanização de terras agrícolas, promovendo a produção alimentar e defendendo o território e a soberania alimentar como elemento de autonomia e autodeterminação.
O Rel falou com Valente e Pandolfini no âmbito da assembleia pública da rede NOEXPO [1] “Alimentação e soberania social dos territórios: intercâmbio entre práticas de resistência e construção de alternativas económicas”, que decorreu na recuperada fábrica Rimaflow.
-Como e por que surgiu o Genuino Clandestino?
Giovanni Pandolfini- Surge com a ideia de reunir comunidades e movimentos camponeses de todo o país em torno de temas e princípios que promovam alternativas concretas ao modelo agroalimentar vigente que, na Itália, criminaliza a agricultura camponesa.
Em 2010 redigimos um manifesto que contém nossos princípios e objetivos, entre outros, para apoiar e difundir práticas produtivas que salvaguardem o bem-estar da terra, da natureza, da biodiversidade e de todos os seres vivos, combatendo o uso de agrotóxicos e a implementação de geneticamente organismos modificados.
Da mesma forma, buscamos reduzir drasticamente a emissão de gases de efeito estufa, o desperdício de água, a produção de lixo, e combatemos a exploração da mão de obra agrícola e as diferentes formas de trabalho escravo.
Da mesma forma, promovemos e promovemos o princípio da autodeterminação alimentar através do direito de acesso a alimentos genuínos, economicamente acessíveis e produzidos nos territórios.
Também reivindicamos o direito à terra como “bem comum” e como instrumento de ação política para a produção de alimentos, e aspiramos a construir alianças com os movimentos urbanos e rurais que ajudem a aproximar produtores e consumidores.
Por fim, nos propomos a reconverter o uso dos espaços urbanos e rurais a partir de práticas de auto-organização, solidariedade, cooperação e cuidado com o território.
-Como a agricultura camponesa está sendo criminalizada?
Francesco Valente- Na Itália aprovaram um conjunto de regulamentos com os quais pretendem equiparar os produtos da pequena agricultura camponesa, baseada nas relações e culturas locais, com os da grande indústria alimentar.
Eles estão criminalizando nossas práticas de produção e declarando nossos produtos ilegais. Isso tudo é um absurdo.
Genuino Clandestino surge precisamente para denunciar e contrariar esta situação paradoxal, reivindicando o nosso direito de continuar a propor alternativas reais a um modelo de produção agrícola explorador e poluente, baseado no lucro e na vontade de riqueza.
Contra um modelo baseado em lucro
“A terra é para produzir alimentos”
-É um choque de paradigmas ...
GP- Segundo a cultura dominante, a agricultura camponesa não é econômica porque o único modelo de produção que ela reconhece como economicamente viável é o modelo intensivo, mecanizado, de base química, financiado pelo sistema bancário.
Este modelo viola direitos fundamentais, incluindo o acesso à terra. Nossos territórios são vítimas de um mercado imobiliário dopado pela especulação e isso afeta e dificulta gravemente a atividade produtiva camponesa.
O setor público costuma ser cúmplice dessa situação. Em todo o país existem enormes extensões de terras que estão abandonadas e não produzidas, pelo simples fato de que, nesta época, não são aproveitáveis e não geram lucro. Urge um novo paradigma para a agricultura, porque a terra é para produzir alimentos e alimentar os seres vivos, e não para gerar lucro.
-Como a EXPO MILAN 2015 e seu mote “Cuidando do planeta, energia para a vida” se insere neste contexto?
FV- É um exemplo claro de como o sistema dominante se apropria de palavras-chave, conteúdos e propostas; de como são engolidos, transformados, digeridos e então propostos a amplas camadas da população que não se questionam sobre essas questões.
Nesse sentido, o trabalho em rede assume importância vital para o futuro deste país e de todo o planeta. Devemos continuar a experimentar formas de resistência e a construir alternativas reais a um modelo econômico que fracassou.
[1] Rede de organizações e movimentos contrários à realização, de 1º de maio a 31 de outubro de 2015, do megaevento EXPO MILAN 2015, cujo lema será “Nutrir o planeta, energia para a vida”. Paradoxalmente, as atividades ocorrerão em uma área de mais de 100 hectares de terra que, até 4 anos atrás, era destinada ao cultivo de alimentos e que em breve será urbanizada e privatizada.
Rel-IUF
AGRADECIMENTOS BONITOS ...
Cometer erros. Eu sou capaz de provar isso. Escreva-me em PM.
Você já tentou pesquisar google.com?
De fato, e como eu não tinha pensado sobre isso antes